Resumo do ano...
hora de parar e analisar os acontecimentos
Eu queria muito poder chegar no dia trinta e um
e ter muito o que comemorar
soltar fogos e fogos de alegria dentro de mim mesmo
mais não posso.
É inevitável não deixar que a tristeza prevaleça
sobre todas as alegrias que um fim de ano nos proporciona
A única coisa que pode e vai sempre existir em mim
São as esperanças de que o próximo ano seja cada vez melhor
E que Deus continue me abençoando
Guardando meus amigos e familiares sobre sete chaves
Eu sou uma pessoa que é muito ligada a isso
E é justamente por isso que esse ano pra mim,
Praticamente não existiu...
Perdi meu vô por parte de pai em Janeiro
A dor foi controlável até porque não tínhamos muito contato
E tinha ciência de que ele já não estava bem.
O ano foi passando e os tropeços continuaram,
mais foram importantes para que eu obtivesse a maturidade
que me encontro hoje
Cai mais em todas as vezes que cai soube me reerguer com muito orgulho e adquirindo cada vez mais sabedoria e experiência.
Maio, mês sofrido.
Minha vó (por parte de mãe) com problemas sérios de saúde.
Entre idas e vindas, controlávamos a sua saúde e principalmente demonstrávamos respeito e admiração pela sua superação em relação ao que já tinha acontecido com ela naquele mês.
Ela estava bem e revezávamos a presença de todos os familiares junto a ela.
Ate que então, algo nos surpreendeu, a piora do seu quadro de saúde.
Ela teria que continuar internada só que agora totalmente sedada.
Sabíamos que as coisas não andavam bem e por isso oferecemos a ela total apoio e muita mais muita oração.
Era duro entrar naquele quarto e ver ela respirando por aparelhos, ver que a cada dia que se passava seu quadro piorava e que não poderíamos dizer a ela o que realmente estávamos sentindo, mais com certeza ela ouvia nossas lagrimas, nosso desespero e acima de tudo, nossa dedicação em tentar reverter aquela situação.
Aos poucos ela ia se despedindo, seu corpo foi inchando, seu rosto se tornou irreconhecível, enfim, mais desespero, lagrimas, dor e sofrimento.
Fui ver ela em um domingo, exatamente dia 24 de julho...chorei muito ao ver que ela não podia me ouvir, que não podia dizer o quanto a amo, pedir perdão por tudo que já havia feito, dizer que queria ela por perto, que queria seu carinho, que ela era muito importante e com certeza ainda é e sempre continuará a ser.
Beijei suas mãos, toquei em seus braços, acariciei seu rosto, pedi a Deus para que ele não a levasse naquele momento.
Segunda feira, minha mãe não chega, estou em casa a sua espera e nada. A única coisa que sei é que ela iria ao hospital e mais nada. De repente ela chega e ao se aproximar, noto seus olhos vermelhos e então ela não se contem e diz:
Filho, peça pra Deus não deixar sua vó sofrer e que se for a hora dela que ele à leve com ele.
Eu cansado de tanto esperar e já consciente do estado dela, deitei em minha cama e cheio de lagrimas nos olhos, pedi pra que ele a levasse junto dele.
Dormi tranqüilo, acordei com minha mãe chamando-me e então, a pior noticia me foi dada:
Filho, sua vó morreu.
Dia 26 de julho, data marcada por muita dor.
No momento não sabia se chorava, se me descabelava, se abraçava minha mãe, se me trancava no quarto ou se agradecia a Deus por aquele pesadelo finalmente ter chegado ao fim, um fim triste sim mais sem sofrimento pra ela.
Decidi acolher minha mãe como eu mesmo nunca havia feito antes.
Fomos ao hospital e fizemos toda a papelada da funerária e retornamos ao hospital novamente.
Entregamos a roupa que a acompanharia para sempre, tentamos nos distrair quando nos deparamos com um funcionário do hospital dizendo que ela ficou muito ‘’bonitinha’’ com a roupa.
Vimos tudo e cheguei a tocá-la antes mesmo dela entrar no carro funerário.
Totalmente gelada, dura...foi muito difícil.
Mais difícil ainda foi seguir o carro funerário e encarar que aquele seria o ultimo percurso dela aqui na Terra.
Saber que uma pessoa que sempre me proporcionou muitas alegrias estava totalmente esticada e sem reação dentro de um caixote de madeira, o famoso e temido caixão.
Velório, apoio de todos, muitos abraços, muitas lagrimas, enfim, era a despedida.
Crematório...nao consigo imaginar que ela se tornou uma caixinha cheia de pó.
Lembro-me de tudo como se fosse hoje e garanto que vou carregar isso comigo pro resto da minha vida.
Só tenho a agradecer a pessoa que ela sempre foi e que com certeza continua sendo pra mim mesmo depois de não estar mais entre nós.
Quero agradecer a Deus por ter tido a oportunidade de ter feito parte dessa família tão maravilhosa e que me faz muito feliz.
Tenho certeza de que esteja lá onde ela estiver, ela esta olhando por mim e muito orgulhosa por ver que lutamos por ela até o ultimo segundo de sua vida.
Ela se foi mais seu respeito, seu carinho e principalmente a nossa admiração permanece cada vez mais vivo e intenso dentro da gente, das pessoas que realmente gostavam e gostam dela até hoje.
Acreditamos que sua missão foi cumprida e que em nenhum momento ela deixou a desejar.
Por isso, acho que devo dizer:
Vó, eu amo você...
Esse foi um resumo do ano
A qual eu nunca vou me esquecer.
Por mais que seja triste
Estou tentando viver
Sorte Sempre
Abs,
Rtico